Ex-funcionária da Drogasil vence processo por racismo e recebe indenização de R$ 56 mil

15/09/2025

O caso de Noemi Ferrari, ex-funcionária da rede Drogasil, voltou a repercutir nesta quinta-feira (11) após viralizar um vídeo publicado por ela, no qual relata episódios de racismo que sofreu enquanto trabalhava na empresa. A Justiça do Trabalho condenou, em março deste ano, a rede Raia Drogasil a pagar R$ 56 mil por danos morais, conforme divulgado pelo G1.

O episódio ocorreu em 2018, em uma farmácia localizada em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. Apesar do ocorrido, Noemi optou por permanecer na empresa na esperança de contribuir para um ambiente de trabalho mais justo. Em 2020, chegou a ser promovida a supervisora, mas, dois anos depois, relatou ter sofrido agressões verbais e quase físicas por parte de um superior.

Após solicitar transferência ou desligamento, Noemi foi demitida em fevereiro de 2022. Foi então que decidiu acionar a Justiça, buscando reparação pelos atos discriminatórios sofridos.

Na sentença, a juíza Erotilde Minharro ressaltou que o chamado "racismo recreativo" é tão ofensivo quanto qualquer outra prática discriminatória e destacou a responsabilidade da empresa, principalmente quando os atos partem de superiores hierárquicos.

Em nota oficial, a Rede Droga Raia afirmou:

"Lamentamos profundamente o episódio que ocorreu em 2018. Reiteramos o compromisso da RD Saúde com o respeito, a diversidade e a inclusão. Nossa empresa não compactua com nenhum tipo de discriminação. Diversidade e respeito são valores primordiais."

O caso reacende o debate sobre racismo estrutural no ambiente corporativo e reforça a importância da Justiça como instrumento de reparação e conscientização, garantindo que episódios discriminatórios não sejam tolerados.